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Leishmaniose canina: eu faço prevenção.


O Calazar Canino é uma enfermidade vetorial de evolução crônica e que devido a sua agressividade em todos órgãos a sua letalidade pode chegar aos 90%. De acordo com o Plano Estadual 2020/2023 da Secretária Estadual de Saúde “A Leishmaniose Visceral é considerada uma doença emergente e incontrolada, dada a sua incidência e alta letalidade, principalmente em indivíduos não tratados, crianças desnutridas, idosos e indivíduos portadores de infecção causada pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV)”.
É importante destacar que o modo de transmissão para o ser humano e outros hospedeiros mamíferos é por picada de fêmeas de mosquitos infectados, conhecidos genericamente por flebotomíneos (mosquito palha), motivo pelo qual é considerada uma enfermidade vetorial, transmitida somente através da picada do mosquito-palha, não havendo transmissão ou contágio do cão para o homem ou vice-versa.
O mosquito palha gosta de locais sujos, tem o hábito de se alimentar de manhã cedo e no período da noite. O município de São Luís é considerado de transmissão intensa tanto para o homem quanto para o cachorro. Destacamos aqui que o cão também é vítima dessa enfermidade, seja por se tornar hospedeiro ou por desenvolver a doença.
O diagnóstico da LVC tem sido desafiador para muitos veterinários e profissionais de saúde pública, devido à presença de animais assintomáticos, alta variabilidade das manifestações clínicas e pela dificuldade em se obter uma prova diagnóstica que ofereça 100% de sensibilidade e especificidade, contudo, no caso de diagnóstico no cão somente o Médico Veterinário é o profissional capacitado para diagnosticar.
Crio cães da raça Boxer desde 1984, e cadela da foto (Fiona) é fruto de uma parceria com criadores de Fortaleza (CE) que foi cedida gentilmente no ano de 2011 e nunca foi contaminada pela Leishmaniose canina, pois desde de 1984 eu trabalho no Canil com a PREVENÇÃO da doença evitando assim, a tristeza de ver os meus queridos animais morrer.
Atualmente, a nossa orientação para evitar a LVC é vacinar o cão, utilizar repelentes e pulverizar rotineiramente os nossos canis com inseticidas para eliminar os mosquitos. Contudo, ressaltamos que quando você decidir ser responsável por um cão ou mais deve contratar um Médico Veterinário para orientar o programa higiênico-sanitário para evitar que seu animal seja contaminado.
Cada vez mais ouve-se falar da causa animal e que devemos ter politicas públicas eficazes para promover o bem estar animal, porém, na prática a principal ação é a Castração para evitar a superpopulação e negligenciamos a prevenção da Leishmaniose Canina.
Portanto, sendo o mês de agosto dedicado a esclarecer a importância dos cuidados que devemos ter para evitar o Calazar canino minha sugestão é que antes de castrar devemos vacinar e ensinar o que podemos fazer para evitar a leishmaniose canina.

Este artigo foi produzido com a colaboração Bruna Bianca Costa Ribeiro – Médica Veterinária do Programa de Pós – Graduação em Clínica Médica de Cães e Gatos da UEMA. Natália Lima Smith Guimarães – Bolsita do PIBEX/UEMA Projeto Consultório Comunitário e Maria Beatriz de Azevedo Eugênio – Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da UEMA.

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