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Leptospirose canina – uma doença que não pode ser negligenciada.

Resumo: Este artigo foi produzido pelo Prof. Nordman Wall e conta com a contribuição da Aprimoranda do HVU-UEMA, Victória Faria.

A Leptospirose canina é uma zoonose importante causada por espiroquetas patogênicas do gênero Leptospira spp. As leptospiras localizam-se nos rins de animais silvestres ou domésticos, sendo eliminadas na urina para o meio ambiente, onde sobrevivem em adequadas condições de umidade e temperatura. A sua transmissão ocorre pelo contato com a urina ou com água, alimentos ou solo, ou pele e pelagem contaminado com as leptospiras.

É importante na clínica médica de cães por ser uma doença que muitas das vezes pode apresentar sintomas leves e ter cura espontânea, porém, pode ficar eliminando a Leptospira por até 6 meses no meio ambiente, tornando o cão um transmissor em potencial para o homem. Além disso, os casos mais graves nos cães não devem ser tratados em domicilio nas primeiras 48hs, pois o animal pode transmitir para seu responsável e outros membros da casa.

O seu diagnóstico deve ser feito por um Médico Veterinário clínico, de preferência com experiencia em enfermidades infecciosas, para que nada seja negligenciado (sinais e exames complementares) e o animal suspeito deve ser internado até ocorrer a confirmação do diagnóstico e pelo menos as primeiras 48 horas de tratamento.

Vejo com preocupação quando não temos a devida precaução de diagnosticar e tratar os cães acometidos pela Lesptospirose, pode acontecer de perdermos o animal e ter um ser humano contaminado por uma bactéria que produz uma doença grave.

Vale ressaltar, que, nós Médicos Veterinários, somos grupo de risco.

Ademais, prognóstico de um cão com leptospirose canina sempre será reservado. Na minha experiencia no HVU-UEMA existem 3 sorovares; Canicola, Icterohaemorrhagiae e Grippotyphosa que são comumente diagnosticados no nosso laboratório de enfermidades de bacterianas, porém, também temos outros sorovares, como Pomona que também pode contaminar.

Tendo o Médico Veterinário suspeitado de leptospirose deve esclarecer ao Responsável do Cão as gravidades da doença e suas consequências que pode inclusive chegar à decisão da Eutanásia para evitar maiores sofrimentos para o animal.

Contudo, a prevenção não é difícil para os nossos caninos, pois existe vacinas que devem ser aplicadas no animal sadio, a partir de 45 dias de nascido e após a complementação do calendário vacinal do filhote que devem ser revacinados de 6 em 6 meses pelo resto de sua vida.

No caso, de cães resgatados das ruas devemos fazer os exames para verificar se animal não está portador da enfermidade e em seguida fazer a vacinação. Lembrando que cães adultos devem receber doses incialmente com intervalo de 30 dias entre elas e em seguida revacinar semestralmente pelo resto da vida.

Portanto, não podemos negligenciar uma zoonose como a Leptospirose canina, uma vez que temos condições de evitar e fazer o isolamento do animal enfermo para tratar com eficiência e reabilitar o cão para o convívio social com os seus responsáveis perfeitamente sadio.

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